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Arquidiocese reza pelo Papa Leão XIV 302838

9 maio, 2025 145d1s

Para agradecer pela eleição do Papa Leão XIV, o sucessor do Papa Francisco, eleito hoje, 08 de maio de 2025 no segundo dia do conclave e rezar por sua missão, o arcebispo de Vitória, dom Ângelo Mezzari, presidiu uma missa na Catedral de Vitória às 18h, um gesto de comunhão com toda a Igreja Católica no mundo. 521g67

Durante a missa, dom Ângelo acentuou que toda a Igreja está unida ao Papa e reza pela sua missão e pediu que os fiéis assumam o compromisso da fidelidade. Leia abaixo a homilia feita por dom Ângelo.

Homilia

Amados irmãos, amadas irmãs, nós que estamos aqui na nossa Catedral, também os que nos acompanham pela nossa Rádio América, esta Eucaristia, nesta noite, quer ser a expressão de nossa Arquidiocese de louvor e de gratidão a Deus. Hoje ouvimos aquela palavra tão bonita, como é que é? Habemus Papam – Temos o Papa. Não há nada na nossa história, na história da Igreja, como essa expressão. A sucessão apostólica, os sucessores de Pedro, uma história de mais de dois mil anos, que muitas vezes não se consegue compreender esse grande mistério do amor de Deus em Cristo, que fundou a sua Igreja, pois como Ele mesmo disse, tu és Pedro e sobre esta pedra vou edificar a minha Igreja. E nada, nada, nada vai destruí-la. Por isso ela sobrevive e continua, porque estamos unidos em Cristo e com o nosso Papa. Por isso, hoje vivemos esse momento de tanta alegria. Vivemos o luto na gratidão ao Papa Francisco e agora vivemos a alegria e a esperança do novo Papa, que Deus nos enviou através dessa mediação tão bela do Colégio dos Cardeais, que lá no silêncio, na oração, naquele discernimento, nesses dias e sobretudo ontem e hoje no conclave, puderam então ver e discernir à luz da sua consciência, da sua responsabilidade, quem seria aquele dentre eles que poderia ser o novo Papa, o pastor da Igreja, bispo de Roma, e pastor da Igreja como bispo de Roma, de toda a Igreja Católica. Por isso, todos nós exultamos ao ver aquela fumaça branca, o soar dos sinos, como aqui na Catedral e em todas as igrejas, nesse repicar tão belo, nessa profusão que hoje que as mídias e os meios de comunicação permitem, de imediatamente ver a figura, o rosto, de contemplar então quem é esse homem, de onde ele veio, qual é a sua história, e aí vemos uma história tão bonita, de amor, de dedicação à Igreja. 

Sabemos que o Papa, antes de qualquer outra coisa, é alguém que é chamado como Pedro a amar profundamente Jesus Cristo e amar a sua Igreja a ponto de dar a vida por ela. Eis aí o nosso Papa, Robert Francis Prevost, que agora se dá o nome de Leão XIV, um nome forte também, e que tem também o seu sentido e o seu significado. Por isso, hoje, nós todos, em nossa Arquidiocese, com as outras Igrejas particulares, em comunhão com a Igreja de Roma, com o novo bispo de Roma  que é então o nosso Papa, nós estamos unidos, estamos em comunhão. Iremos hoje aqui com essa Eucaristia, cujo centro é a pessoa de Jesus, a sua palavra, o seu corpo e sangue, como vimos no Evangelho, o pão da vida, o pão vivo, que desceu dos céus, que é para a nossa vida, expressar essa nossa unidade, a nossa comunhão, a nossa fidelidade, a nossa disponibilidade, em continuar sendo a Igreja de Jesus Cristo que caminha em união e em comunhão com o Papa, a serviço da Evangelização. 

Cada um de nós que está aqui, é um pouco essa expressão de todas as nossas paróquias e comunidades, onde também nossos padres, nossos párocos, sacerdotes, comunidades, estão  reunidos, (3:47) celebrando hoje, agradecendo a Deus. Nas orações eucarísticas, já colocando em comunhão com o nosso Papa Leão XIV. Rapidinho a gente aprende, não é? como foi o Papa Francisco, então rapidinho, num instante, a gente já aprende. 

Talvez, à luz da palavra de Deus, onde Cristo, no discurso do pão da vida se apresenta como verdadeiramente aquele que é o pão da vida, poderíamos acolher aquela primeira saudação do nosso Papa: A paz esteja convosco. A saudação pascal, a saudação do Cristo vivo e ressuscitado. O Papa reforçou bem essa paz, também, nos recordando a última benção do Papa Francisco, no dia da Páscoa. Convocando-nos a levarmos a vivermos a paz, a construir pontes e a levar essa esperança da paz e da unidade. Cristo, somente em Cristo nós poderemos alcançar a paz. Somente Nele nós podemos buscar a reconciliação, o amor e o perdão. 

Numa realidade de tantos conflitos, tantas divisões, tantas separações, tantas guerras de todos os dias, em tantos níveis, o apelo à paz. Vamos acolher essa mensagem do nosso novo Papa: A paz esteja convosco! Foi a primeira saudação de Cristo ressuscitado aos apóstolos. É a saudação que fazemos no início de todas as celebrações. Que a graça e a paz de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor e a comunhão no Espírito, estejam convosco. 

Vamos viver, então, como pede o nosso novo Papa nesse Espírito de Cristo, o verdadeiro pão da vida. Quem comer desse pão, viverá eternamente. Quem comer desse pão, que é Cristo, viver da sua vida, da sua mensagem, do seu Evangelho, terá vida e terá vida em abundância. 

Somos convidados a acolher essa primeira mensagem de paz, de amor, de esperança. Eu cito uma expressão que está aí na logo no início da mensagem do Papa: uma paz desarmada e desarmante, humilde e perseverante. Parece um refrão de uma poesia, não é? Paz desarmada e desarmante, humilde e perseverante. Que bela expressão para dizer aquele sentido mais profundo da paz plena, da paz plena que só Cristo ressuscitado nos dá e nos leva em missão! 

Tem, também um segundo convite à luz da primeira leitura, onde vemos Filipe, já na sua missão de evangelizador trazendo o batismo e dando o batismo àquele eunuco egípcio, é a Igreja que se coloca em missão. Sabemos que esse Papa vem de uma experiência missionária no Peru, é cidadão peruano também, mesmo sendo americano, e viveu praticamente a sua juventude religiosa e sacerdotal como missionário, depois que terminou os seus mandatos como Superior Geral em Roma, quando eu tive a oportunidade de conhecê-lo. Eu era superior-geral também, em 2010-2016, ele estava terminando o segundo mandato, em 2013, e lembro de ter conversado com ele, participamos de assembleia juntos, então tive a graça de conhecê-lo pessoalmente,  e agora em junho estaremos com Dom Anderson lá em Roma, dia 29, para receber o pálio, e será dele, então, do novo Papa, que estaremos recebendo o pálio como arcebispo. 

Então tive a graça de conhecê-lo na simplicidade, na humildade, na grande formação teológica e canônica, mas sobretudo a experiência missionária. E ele nos convidou hoje, na continuidade, com o magistério da Igreja e do Papa Francisco, a caminharmos juntos. É bonito como ele recordou aquela expressão tão bela de Santo Agostinho: convosco sou cristão, para vocês sou bispo. 

Convosco sou cristão, é o Papa dizendo isso como Santo Agostinho dizia, mas para vocês, eu sou bispo, sou pastor. Justamente na perspectiva de uma Igreja missionária e sinodal que nos convida a sermos missionários e missionárias. Ele mesmo convidou a Igreja de Roma, que é a sua diocese, a ser missionária. 

Vamos acolher essa primeira mensagem do Papa Leão XIV, no espírito da nossa missão, da nossa evangelização. O Papa começa agora. Há um longo caminho! É jovem ainda, 69 anos. 

Então dizemos assim: com a graça de Deus, com o seu amor, porque é a graça que constitui também como Papa,  que ele possa nos conduzir por muitos e muitos anos, na fidelidade ao Evangelho, fidelidade a Cristo, à longa Tradição da Igreja, ao seu magistério, e abrindo então esses caminhos para continuarmos fiéis a todas aquelas prioridades  que vêm sendo dadas   nesses últimos anos, fiéis ao Concílio Vaticano II. Vivemos um momento muito bonito. Quem de nós não ficou orgulhoso hoje? Quem de nós não se sentiu verdadeiramente cristão católico? Quem de nós verdadeiramente não se sentiu, nesses dias, parte dessa Igreja de Jesus Cristo? Quem de nós não se sentiu tocado ao ver o novo Papa aparecendo? Aquele longo tempo de silêncio… Foi longo… Ele não disse nenhuma palavra. Imaginemos seus sentimentos, a sua emoção, a consciência que vai tendo de que agora, mais do que nunca, a vida está entregue por amor a Jesus Cristo,  por amor ao Evangelho, por amor à Igreja. Como não toca o coração a sua bênção, o seu convite a estarmos juntos e unidos! 

E a última fala de sua mensagem foi rezar uma Ave Maria. Hoje é dia de Nossa Senhora do Rosário,  de Pompeia, lá na Itália, mas é Nossa Senhora do Rosário. Vamos rezá-la também no final da nossa missa. Comunhão, sob a proteção de Maria, Nossa Senhora, queremos rezar. 

Meu convite é: vamos rezar. Rezar pelo Papa, rezar por ele, rezar por aqueles que estarão colaborando com ele, rezar pela Igreja, rezar pela paz, rezar pela vida e missão, e continuemos firmes e fortes. Com o Papa estamos unidos, com ele estamos em comunhão, com ele somos responsáveis pela evangelização, temos a nossa responsabilidade e a nossa parte. 

Que esta Celebração Eucarística confirme o nosso empenho, o nosso compromisso, a nossa fidelidade e o nosso amor a Jesus Cristo, ao Evangelho, e também ao Santo Padre, o Papa. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! Para sempre seja louvado!

Entrevista

Um pouco antes da missa, o Arcebispo recebeu a imprensa e falou sobre a eleição do Papa, um pouco sobre o Papa por este ser conhecido de dom Ângelo e o que espera ser o Pontificado de leão XIV.

Queremos, em nome da nossa Arquidiocese de Vitória, acolher com alegria e já prestar nossa humilde e sincera obediência ao novo Papa, a quem também unimos as nossas orações, as nossas preces. Queria também aproveitar a ocasião para fazer um convite para que nos unamos em oração pelo novo Papa, Leão XIV, neste momento importante de sua vida. Ele era o prefeito  do Dicastério para os bispos e já vivia em Roma, por conta desse serviço à Igreja. Mas foi missionário no Peru por muitos anos, também foi superior-geral da Ordem de Santo Agostinho e nasceu nos Estados Unidos. 

Enfim, rezar pelo Papa, pela sua vida, para que ele tenha também saúde, fé, tenha esperança, tenha o nosso apoio, o nosso sustento e, sobretudo, a graça de nosso Senhor Jesus Cristo. Fica bem evidente, que o conclave, quando reúne o colégio dos  cardeais, realmente naquele silêncio, naquele isolamento, naquele tempo de oração e de discernimento, realmente conseguem, pela graça de Deus, perceber qual é, no momento, o sucessor de Pedro que a Igreja precisa e que a humanidade necessita. Então, o convite para que continuemos em oração e, sobretudo, em comunhão e também demonstrando e expressando nossa fidelidade à Igreja de Jesus Cristo, através da pessoa do Papa. 

Dom Ângelo respondeu algumas perguntas dos jornalistas:

  • Como o senhor avalia o fato de, pela segunda vez, ser um Papa do continente americano?

Eu o avalio muito positivamente. Foi o Papa Francisco, da Argentina e o Papa nascido nos Estados Unidos, mas que desde, sua juventude, como jovem sacerdote, foi missionário no Peru e depois, quando ele terminou dois mandatos Superior Geral da Ordem de Santo Agostinho, ele voltou como missionário para o Peru e foi nomeado bispo e depois levado de volta, pelo Papa Francisco, para Roma. É um grande sinal, acho um sinal de confiança, um sinal de uma Igreja que é muito viva, de uma Igreja que é missionária, de uma Igreja, que viveu a fidelidade ao Evangelho e ao Concílio Vaticano II.  Acredito que é um sinal para continuarmos verdadeiramente perseverantes nesse caminho eclesial, sinodal. Enfim, é uma surpresa realmente, da América e das Américas, dois Papas em seguida. Então, de um lado, uma surpresa, de outro lado, uma alegria e uma grande esperança, sobretudo pela experiência, que é uma experiência discipular e missionária, ele é um Papa que veio de uma missão e que era, até pouco tempo atrás, bispo de uma pequena diocese do Peru, onde viveu grande parte do seu ministério sacerdotal e vida religiosa. Ele tem uma linha parecida com o Papa Francisco.

  • O senhor acha que ele deve seguir esse legado? 

A Igreja sempre continua o caminho de Jesus Cristo e do Evangelho, e todos os Papas, a seu modo, continuam fiéis. Creio que o fato de vir dessa realidade latino-americana, de estar trabalhando nesse momento servindo ao Papa, estava servindo ao Papa Francisco, em um Dicastério muito importante, tendo contato com todas as igrejas do mundo, a nomeação dos novos bispos ( eu mesmo fui nomeado arcebispo com a dele). (4:01), porque ele era o último que assinava junto com o Papa. Ele tem conhecimento da Igreja Universal, como ele lembrou numa entrevista, ele foi Superior geral da Ordem de Santo Agostinho por 12 anos, ele conhece o mundo todo, ele é um Papa poliglota. Conhece as realidades, então, na verdade, continua esse grande legado da Igreja, que é uma Igreja missionária, uma Igreja que vai ao encontro dos povos, como nós vimos nas suas primeiras palavras dele, que eu creio valer a pena a gente ter presente:

Ele começa com a saudação de paz, a saudação da paz de Cristo Ressuscitado. Essa é a paz que a Igreja anuncia, a paz do Cristo que vive, Cristo que é a paz. Ele ressaltou e usou uma expressão que eu creio que nós já deveríamos guardar : uma paz desarmada e desarmante, humilde e perseverante. É quase um verso. Cristo nos traz a verdadeira paz, que é uma paz desarmada, portanto sem armas, mas uma paz também que desarma, desarmante. Isto é, uma paz que procura a paz, a reconciliação e o perdão. 

A missão da Igreja, é uma missão de serviço, mas ao mesmo tempo perseverante e corajosa. Em segundo lugar, ele fala de uma Igreja missionária, falou da palavra sinodal missionária, é aquilo que o Papa Francisco e os últimos papas vinham pedindo.  É um apelo à Igreja missionária e sinodal, uma Igreja que caminha junto, ele mesmo disse a famosa frase de Santo Agostinho: “Convosco sou cristão, para vocês sou bispo”. Isso é, caminhar juntos como povo de Deus e ao mesmo tempo ser esse pastor da Igreja. 

A terceira palavra, que eu acho bonito lembrar, é a fidelidade ao Papa Francisco. O Papa fez questão de recordar a última bênção do Papa Francisco e recordou as palavras que ele disse, convidando a construir pontes. Isso sinaliza uma Igreja que vai buscar o diálogo, a reconciliação, vencer toda essa situação de conflito. Mas eu creio também é um apelo para a unidade interna da Igreja. Talvez um dos aspectos importantes desse cardeal agora Papa, Leão XIV, é buscar também a unidade interna, cheia de polarizações, de conflitos. A unidade e a comunhão dentro da Igreja Católica e também a unidade e a comunhão através da paz, do diálogo com os países e os povos.

 

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